12 de Maio de 1999
Querido Diário:
No outro dia, ia eu de carro com a minha mãe quando vi umas meninas encostadas a um carro, na beira da estrada. Achei estranho, afinal de contas nós não estávamos no Monsanto. E perguntei à minha mãe:
-Ó mãe, o que é que aquelas meninas estão ali a fazer?
E ela disse-me:
- Ò filha, aquelas meninas estão a trabalhar, estão a contar os carros que passam para fazer estatísticas.
Quando ela me disse isto a minha vida mudou para sempre, fiquei a admirar muito aquelas meninas e pensei que quando fosse grande queria ser como elas, com um trabalho tão interessante e importante para a sociedade, a contar os carros. Eu, que até então sonhava com passar o dia a ler o Diário da República.
16 de Novembro de 2005
Bem! Vamos lá! Tenho mesmo que começar senão nunca mais. Fico bacharel toda a vida e a viver à custa dos papás! Mas não é isso que eu quero.
Vá lá.
Como é que se começa uma monografia?
Só o nome já mete medo, parece ser uma coisa muito séria. Mas eu não tenho jeito para coisas sérias!!!!! Pânico!!! Como é que vou escrever isto e ainda por cima ter uma nota apresentável???? Mas não tão apresentável que ainda tenha que ir defendê-la, um 15 chega, se calhar até um 14. Mas também não quero tão pouco. Mas será que queero ver a minha mono na biblioteca??? N me parece que isso vá acontecer.
Vá ana margarida deixa de delirar e trabalha. Muito bem consciência, vou fazer o que tu dizes.
Então, este trabalho tem como objectivo contribuir para a aferição do teste blá blá blá….
Será que n ficava melhor se começasse com um texto sobre linguagem? Os objectivos vêm no princípio ou no fim da introdução???
Ai! Pânico outra vez!!!! Aaaaahhhhh!!!!!
Estou-me a passar e nem sequer tenho as regras para escrita de trabalhos académicos, que nome pomposo para umas folhitas que só dizem o tamanho e o tipo de letra, o espaçamento entre as linhas… não ensinam nada de jeito não me dizem como devo começar a escrever o raio da monografia…
Actualidade
Pois, parece ser que afinal não enveredei pela vida estatística e acabei por ter que escrever uma monografia em Terapia da Fala. Eu ainda tentei algumas vezes entrar para esse mundo fascinante, mas não consegui, é mais difícil que entrar para um clube secreto (hei! Se calhar aquilo é mesmo só fachada para um clube secreto qualquer que, para levar a cabo os seus maléficos planos, tem que controlar o tráfego terrestre! A próxima vez que passar por essas senhoras faço fisgas e bato em madeira…). O caso é que na primeira entrevista me fizeram uns testes e me disseram que não tinha preparação para realizar a tarefa. Que preparação??? “Capacidade de desenhar traços continuamente, acompanhados de movimento de elevação e abaixamento do pescoço”. Então, eu que sou bastante teimosa, comecei a preparar-me para o caso de abrirem nova vaga para ocupar o cargo. Pegava no meu bloco de notas, no lápis, na cadeirinha de praia, no guarda-sol e no farnel, e lá ia eu, para a beira da estrada treinar. Inicialmente tive alguns problemas, porque alguns condutores, ao verem-me ali e perceberem que o meu esforço era em vão, vinham propor-me novos ofícios, trabalhando à hora e com a língua. Mas eu insisti com todos eles que não queria, que a minha vocação era a contagem de veículos motorizados. Até que um dia a vaga reabriu e eu fui à entrevista. Desta vez disseram-me que sim, que já estava preparada mas que não enquadrava o perfil pretendido! “Perfil?” “Sim, procuramos uma pessoa sem treino para podermos ser nós a prepará-la.”. Com este segundo Não decidi pôr a minha vocação de parte e enveredar pelo ofício que tantos condutores me tinham aconselhado, a trabalhar à hora e com a língua. E foi assim que vim parar à Terapia da Fala…
Querido Diário:
No outro dia, ia eu de carro com a minha mãe quando vi umas meninas encostadas a um carro, na beira da estrada. Achei estranho, afinal de contas nós não estávamos no Monsanto. E perguntei à minha mãe:
-Ó mãe, o que é que aquelas meninas estão ali a fazer?
E ela disse-me:
- Ò filha, aquelas meninas estão a trabalhar, estão a contar os carros que passam para fazer estatísticas.
Quando ela me disse isto a minha vida mudou para sempre, fiquei a admirar muito aquelas meninas e pensei que quando fosse grande queria ser como elas, com um trabalho tão interessante e importante para a sociedade, a contar os carros. Eu, que até então sonhava com passar o dia a ler o Diário da República.
16 de Novembro de 2005
Bem! Vamos lá! Tenho mesmo que começar senão nunca mais. Fico bacharel toda a vida e a viver à custa dos papás! Mas não é isso que eu quero.
Vá lá.
Como é que se começa uma monografia?
Só o nome já mete medo, parece ser uma coisa muito séria. Mas eu não tenho jeito para coisas sérias!!!!! Pânico!!! Como é que vou escrever isto e ainda por cima ter uma nota apresentável???? Mas não tão apresentável que ainda tenha que ir defendê-la, um 15 chega, se calhar até um 14. Mas também não quero tão pouco. Mas será que queero ver a minha mono na biblioteca??? N me parece que isso vá acontecer.
Vá ana margarida deixa de delirar e trabalha. Muito bem consciência, vou fazer o que tu dizes.
Então, este trabalho tem como objectivo contribuir para a aferição do teste blá blá blá….
Será que n ficava melhor se começasse com um texto sobre linguagem? Os objectivos vêm no princípio ou no fim da introdução???
Ai! Pânico outra vez!!!! Aaaaahhhhh!!!!!
Estou-me a passar e nem sequer tenho as regras para escrita de trabalhos académicos, que nome pomposo para umas folhitas que só dizem o tamanho e o tipo de letra, o espaçamento entre as linhas… não ensinam nada de jeito não me dizem como devo começar a escrever o raio da monografia…
Actualidade
Pois, parece ser que afinal não enveredei pela vida estatística e acabei por ter que escrever uma monografia em Terapia da Fala. Eu ainda tentei algumas vezes entrar para esse mundo fascinante, mas não consegui, é mais difícil que entrar para um clube secreto (hei! Se calhar aquilo é mesmo só fachada para um clube secreto qualquer que, para levar a cabo os seus maléficos planos, tem que controlar o tráfego terrestre! A próxima vez que passar por essas senhoras faço fisgas e bato em madeira…). O caso é que na primeira entrevista me fizeram uns testes e me disseram que não tinha preparação para realizar a tarefa. Que preparação??? “Capacidade de desenhar traços continuamente, acompanhados de movimento de elevação e abaixamento do pescoço”. Então, eu que sou bastante teimosa, comecei a preparar-me para o caso de abrirem nova vaga para ocupar o cargo. Pegava no meu bloco de notas, no lápis, na cadeirinha de praia, no guarda-sol e no farnel, e lá ia eu, para a beira da estrada treinar. Inicialmente tive alguns problemas, porque alguns condutores, ao verem-me ali e perceberem que o meu esforço era em vão, vinham propor-me novos ofícios, trabalhando à hora e com a língua. Mas eu insisti com todos eles que não queria, que a minha vocação era a contagem de veículos motorizados. Até que um dia a vaga reabriu e eu fui à entrevista. Desta vez disseram-me que sim, que já estava preparada mas que não enquadrava o perfil pretendido! “Perfil?” “Sim, procuramos uma pessoa sem treino para podermos ser nós a prepará-la.”. Com este segundo Não decidi pôr a minha vocação de parte e enveredar pelo ofício que tantos condutores me tinham aconselhado, a trabalhar à hora e com a língua. E foi assim que vim parar à Terapia da Fala…

1 Comments:
ahhh fala fala!!! ah é à pala!!!!:) isso nao falas tu, pois n???:):)
adorei..alias, nem sabia k tinhas um blog...fui investigar o endereço k tinhas no nick...:) continua linda..escrita criativa,cuidado!!!!!!:)
Ana Luís
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